Wednesday, May 02, 2007

Lítico

Quem passa por ele
não entende quantos caminhos
para o mesmo quarto sem janelas.

Quem passa por esta rua
não entende por que ele tem
o meu nome e os meus sonhos
(e o passado às vezes vale menos
que seus delírios sem sentido).

Quem passa por aqui não sabe nada,
vê só um trapo sujo,
restos do rosto
de um homem grotesco chorando.

3 Comments:

Blogger A Esquesita said...

Como diz o Guilherme Pavarin: ficou do caralho!

12:02 PM  
Blogger Emília said...

A imaginação me parece a única via para o passado. E este acesso é de natureza completamente alucinatória...pensar o passado é alienar-se, acho. Pensar o presente me parece difícil, encarar o que se é, sem outras referências temporais...

6:07 PM  
Blogger Emília said...

Ah, isto não foi uma crítica ao texto, que achei belo. Estas idéias sobre pensar a duração, o tempo, há muito têm me assombrado e seu texto me fez lembrar disso.

6:15 PM  

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