Thursday, October 14, 2010

Sem resgate

Não sei onde exatamente
fui erro
- fui eu.

Todas as dúvidas,
plantas crescendo ódio em mim,
me roubando sangue
e paciência,
me tirando direção
e horas de sono.

Não sei quando exatamente
- e eu antes disso -
descobriram que não presto.

A solidão,
ausência insuportável,
buraco vivo
crescendo câncer dentro de mim.

Agora só copos e silêncio.
Eu inerte
sem combustível,
sem estações;

mundo deserto cheio de miragens.

Wednesday, May 02, 2007

Lítico

Quem passa por ele
não entende quantos caminhos
para o mesmo quarto sem janelas.

Quem passa por esta rua
não entende por que ele tem
o meu nome e os meus sonhos
(e o passado às vezes vale menos
que seus delírios sem sentido).

Quem passa por aqui não sabe nada,
vê só um trapo sujo,
restos do rosto
de um homem grotesco chorando.

Wednesday, April 25, 2007

Context

She said good night
and that
was enough poetry.

Sunday, April 01, 2007

In my heart

Entre,
não repare na bagunça dos meus sentimentos,
nas palavras sem jeito;

fique à vontade,
sempre haverá aqui
um quarto

para quando você quiser se esconder,
fugir do mundo,
para quando você estiver só

(eu quis em todos
os dias de sol
que expiraram vazios).

Sunday, February 18, 2007

Reencontro

Ela despiu o casaco,
a razão
e beijou-me.

Sunday, November 12, 2006

Janela possível

a Jussane Pavan

Ela todas as cores da manhã,
lágrimas limpas (sorriu sol depois),
lago puro no ambiente de fuga,
fogo e abraço de asas, ás de copas,

paisagem, passeio da pena solta, ex-pressa,
pássaro entre nuvens de palavras livres,
traçando caminhos pelo vento macio,
esboço de desprendimento e espaço,

pequena parte de perfeição
além de qualquer cálculo,
sorte exata no texto tosco
que o escravo escreve - ela.

Sunday, October 29, 2006

Fui até lá e arrisquei alguma besteira em seu ouvido

Ela me olhou
e acariciou meu rosto

d
e
l
i
c
a
d
a
m
e
n
t
e

com um tapa.